Sala de Olivença
2 a 30 de setembro
Alguém viu por aí um Gato?
Exposição de aguarelas de Marta Lopes
Inauguração dia 2 de setembro, às 17h.
Alguém viu por aí um Gato?
Esta história surge duma aguarela que emerge de forma espontânea e ainda sem forma em 2007, onde os bigodes e as formas daquele que se pensa ser o gato surgem nos mais variados contextos.
Inspiradas na história da Alice no País das Maravilhas, as imagens, as personagens e os traços parecem querer contar a sua história, indo por vezes além do papel, expressam um desejo, uma alegria, uma tristeza, um estar e um sentir.
Há cartas, de paus, de ouros, de copas, fechadas, abertas a rebentar, desafiando-se a si próprias e a mim mesma. O produto final surge da busca incessante não só dum gato, mas dum sentido, onde a criatividade é posta ao serviço da elaboração de formas, de cores e de emoções.
É este convite ao diálogo, na abertura das portas deste mundo de fantasia, onde uma «Alice» que procura um gato, pretende encontrar eco, em todas as «Alices» que procuram em si e a sua volta um significado para a sua existência.
Marta Lopes
Biografia
Marta Isabel Lopes Silva, nasceu em Lisboa em 1983, manteve sempre um percurso ligado às Artes e à Expressão Artística, nomeadamente na pintura, na fotografia e na dança, tendo também, um percurso ligado à música iniciado desde cedo. No Conservatório Regional de Música de Setúbal concluiu o Curso Geral de Piano (1997). É Mestre em Psicologia Clínica (2009), pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA). A sua dissertação de Mestrado, intitulada «Habitar um Corpo», versou sobre a problemática do corpo habitado versus desabitado (integrado versus não integrado), enquanto corpo físico/emocional, afectivo e simbólico, tendo abordado a vida e obra do pintor Francis Bacon. Fez estágio curricular no Hospital Miguel Bombarda no internamento agudo, integrando também o Núcleo de Integração Social pelas Artes, coordenado pela Dr.ª Isabel Figueira (MA em Dançaterapia), onde realizou um estágio em paralelo. Participou em diferentes grupos de representação, fez Dança Clássica e Contemporânea entre 2003 e 2011, no Espaço de Dança de Palmira Camargo. Aliando a psicologia à dança e à expressão, realizou um seminário avançado de inter-relação psico-pedagógica – «O Corpo que Pensa I» – orientado por Pia Kramer (2009/2010). A par da psicologia, desenvolveu Ateliês lúdico-terapêuticos na área da expressão plástica, movimento e estimulação cognitiva, tendo concluído no final de 2013 uma pós-graduação em Artes Expressivas e Desenvolvimento Humano, no ISPA. Actualmente consolida o seu percurso profissional aliando a Psicologia à Música numa perspectiva de encontro e partilha intergeracional.
Marta Lopes – A pessoa e a sua obra
A Marta é sensível, atenta e deliberadamente difusa. Como um satélite atarefado a percorrer o seu caminho no Universo. Adora conversar e artes criativas.
A criatividade leva-a a um imaginário próprio e a vontade de criar fazem-na experimentar várias técnicas, que saltam da mente para as mãos e daí para a tela.
E da tela para a minha mente, quando me apresentou os seus trabalhos. A sua interpretação de Alice no País da Maravilhas alargou também o meu imaginário e cenários do quotidiano como mobiliário, jardins, desenhos geométricos adquirem outra dimensão e presença, na lembrança daqueles padrões e personagens.
É aqui que, na minha opinião, pessoa e obra se cruzam para fazer avançar em caminhos mais largos e diversos, a Marta e quem com ela se depara, como aconteceu comigo.
Cândida Rato
Agosto 2014